O texto a seguir está escrito desde agosto de 2021 — na época eu estava um pouco enraivecida com o livro, e não sabia se a minha resenha ia direto aos pontos que me incomodavam, ou se era apenas um exercício de extravasamento. Hoje, 09 meses depois, penso estar adequada à minha experiência com o livro. (HOLANDA, Ana. Como se encontrar na escrita: o caminho para despertar a escrita afetuosa em você. São Paulo: Rocco | Bicicleta Amarela, 2018. 224 p.) A raiva também é afeto… Tortuoso afeto. (Há que se perceber a ironia de resenhar negativamente um livro, utilizando seu próprio método). Há alguns anos, minha irmã me incluiu em um grupo fechado de "economia criativa" no Facebook: Rede Dotsy. Lá, pessoas das mais variadas origens e históricos apresentam seus produtos e serviços. A maneira como isso acontece, no entanto, sempre me incomodou: todos tem que apresentar a sua história de vida, um pouco daquilo que faz seu produto ou serviço único. Arquitetas que hoje fabricam boneca...
É incrível a capacidade que o tempo tem de passar quando a gente promete que “amanhã a gente volta” — sem mais nem menos, passou mais de um ano. Pela primeira vez eu tenho um ano em branco no histórico desse blog... Quer dizer, além dos anos que eu apaguei por pura vergonha. Os blogs podem ter morrido — eu não! Talvez apenas um pouco. Talvez por tédio. Talvez por enjoo. Muito por desânimo. Dizem que as redes sociais mataram os blogs, mas é mentira. As redes sociais estão a caminho de matar toda a internet, não apenas os blogs. Há mais de duas décadas, quando a gente montava um blog, abria a vida, montava um diário online, falava das coisas que nos encantavam, fazia busca em blogs alheios, conhecia gente, fazia “amizades virtuais”. Depois das redes sociais isso não acontece mais. Nossos textinhos deram lugar a textões — não há mais espaço para conversa, estamos todos apenas tentando ter razão. Muito do que eu penso em escrever morre em um de dois filtros: medo e relevância (qua...